Nada ao Acaso

2005-01-27

Linhas cruzadas ...

Brandos são os caminhos que por turbilhão de dor se afastam das vergonhas …
Num domingo azul mergulhou a cara no mar … elevou-se para o ar fluir entre os espaços em branco na sua memória …
Sentido com as gaivotas que pairam no porto da vida … julga todos pelo azimute que lhe fora dado …
Num estado embebido em fermentação de sangue … sente a raiva e a angústia de a querer ver … e ela … solta … livre … não deixa o fulgor de um trajecto desenhado com perícia … para o sentir … para o deixar entrar no veio da sua rosa amarela …
E loucos andam … num jogo de olhares e sentires …
Cada dia um desenhar de uma trajectória … quase em vão … sem saber que apenas e só uma palavra poderia mudar os ventos … e fazer com as marés trouxessem outro apelo …

2005-01-26

Encontro à beira mar

(À Lena)


Éramos os dois duas esfinges mansas
recortadas a negro na neblina
altas e esguias no casco dum penedo
frente ao mar e frente à ventania
Éramos como dois faróis
marcando em luz o fim de um continente
As tranças do meu amor
esticadas
como duas setas de oiro
- uma estrela em cada ponta
eram o norte da navegação
Dos meus braços pendiam algas
quase cabelos de afogados
num aviso

e no meu peito fulgia a rosa dos ventos
talhada em dor pelas quilhas dos navios
Sobre o gume das ondas as mãos e os olhos pávidos dos que aportaram
bradavam
um apelo e uma mensagem
implacável
aos térreos e inesgotáveis monstros
Dos lábios do meu amor
desciam para o mar
palavras roxas e verdadeiras
vagarosas e quentes
desciam
e eram âncoras e cordas e lemes
e Esperança
na rasa-próxima-longínqua paisagem marítima

Nasceram portos chamando por nós
Barcos demandaram rachando o mar em nossa procura
Desenharam-se novas rotas
Ignoradas aves verdes e ansiosas
trouxeram os ninhos
os filhos
e a paz !
e descansaram sobre as tranças doiradas do meu amor
sobre os meus braços
sobre os meus ombros
Uma canção nova e bela
soltou-se de nossas bocas

Éramos os dois como dois faróis
marcando em luz o fim de um continente!

Fonseca Branco (1958)
O início de um projecto .... Diário do meu Avô

2005-01-25

O mar .... da nossa vida ...

Envolvida pelas ondas da tua pele ... seguras-me para que não deslize na areia salgada ...
Sangro de saudade do calor do nosso ninho ...
Num retiro adormecido pelas ondas do mar ... deixo-me ir ao som das gaivotas ... cubro os meus pés na areia fina e solta ... e colecciono conchinhas no bolso das minhas calças ...
Atiro os meus cabelos para trás ... fito o meu olhar no teu ... e num abraço fundimos os nossos corpos transpirados de alegria ...

2005-01-24

Acorda, Menina Linda

Acorda, menina linda
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer
Anda ver que lindo presente
A aurora trouxe para te prendar
Uma coroa de brilhantes para iluminar
O teu cabelo revolto como o mar

Acorda, menina linda
Anda brincar
Que o Sol está lá fora à espera de te ouvir cantar
Acorda, menina linda
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer

Porque terras de sonho andaste
Que Mundo te recebeu
Que monstro te meteu medo
Que anjo te protegeu
Quem foi o menino que o teu coração prendeu ?

Acorda, menina linda
Anda brincar
Que o Sol está lá fora à espera de te ouvir cantar
Acorda, menina lindaVem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer

Anda a ver o gato vadio
À caça do pássaro cantor
Vem respirar o perfume
Das amendoeiras em flor
Salta da cama
Anda viver, meu amor

Acorda, menina linda
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer

Jorge Palma

Simplesmente deliciosa esta letra :) .......

2005-01-17

Mação ......... :)

:)


laranjinhas ...



será fogo ? ...... :)


Castelo ......

2005-01-14

frase do dia ...

"Pai tu és um grande homem, e mandas em tudo"
Filipa - 4 anos

2005-01-13

Menina pequenina .....

Entre espaços em branco … e outros devaneios … sinto a brisa sobre o meu rosto … num galopar constante … escondo-me nas esquinas no teu olhar …
Salto .. pulo … e brinco … como menina pequenina … aquela que se esqueceu … o que era viver calmamente o horizonte da vida …
Num mar revolto … cheio de espuma branca e leve … procurei-te … e tu … procuras-te-me … mas … enfim … sem nada encontrar …
Num amanhecer diferente … o mar tranquilizou … e em dança de embalar … assobio-nos ao ouvido … e num estado de tempo paralelo e inconsciente … as nossas meninas pequeninas se cruzaram … como que a querer ver mais além …
Ao tocar … como se fosse pela primeira vez …. Senti … um calor imenso que percorreu e preencheu a alma …
Viajei por campos verdes … cheios de flores amarelas … pequeninas … e senti o sol sobre a minha pele … levando-me … mais … além ….

2005-01-10

Tempo .....

De cabelos cinzentos ... suavemente alinhados e apanhados por detrás da cabeça de forma esguia ... Sorri e em conversa amigável ... a sua suave voz me soa familiar ... que idade terias doce Avó ? ... Se ainda aqui estivesses ... estarias assim também ? .... doce Avó ... de sorriso aberto ... divertida com o espectáculo da vida ......

2005-01-04

O velho ditado .... português .....



2005-01-03

Cheguei a casa ...

No profundo dos teus olhos mergulho em azul mar ...
Perco-me nesse caloroso abraço...
Sem sentido ... este iman que nos une... e que faz com que tudo em nós encaixe como mais uma peça do puzzle infinito da vida ...
Como é possível este conforto ... como é possível este sentimento de ter finalmente chegado a casa ...
Embriagada .... sonho com caminhos sem tormentas ... sonho com a vida ... simples e bonita ... sonho estar sempre ao teu lado ...


 
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