Nada ao Acaso

2005-07-30

carta aberta... à minha alma ...

Que sobrio este caminho … se assim não fosse … provavelmente estarias na solidão do quarto do hospital … apenas contigo .. e contando com os estupefacientes que não te permitem ... voar … mais além … e cometeres o disparate do século …
Que fútil este caminho … mas o necessário para estares com a tua filha .. pelo menos num estado subtil-superficial … mas digo … que estás … e é isso que conta … pelo menos por agora … é o suficiente …
Que força … tivestes para conseguir a abstracção necessária … quando num dia a morte senhora bateu à porta dos teus familiares … da pior forma possível … forma que jamais tinha imaginado …
Que coragem … erguer a cabeça e começar de novo … quantas vezes forem necessárias … e provavelmente … no quente dos lençóis derramas lágrimas de sangue por atitudes não cometidas por ti …
Que sorriso amarelo para a vida … tens embutido nos teus lábios finos … ansiosos de outros de oiro … que te levem para longe daqui …
Que vontade tenho … de te gritar aos ouvidos … para que o teu coração ouça … o mal que fazes … à nossa pequenina saltitona …
Que posso querer mais … és perfeita … aos olhos de qualquer ser superficial … colocas o melhor vestido … o teu maravilhoso sorriso amarelo … e pronta estás para encarar … mais uma … e mais outra … artéria da vida … derramando sempre lágrimas de sangue … para eu um dia as guardar …


 
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