Nada ao Acaso

2005-02-06

Estuário do meu rio ...

Podia ter passado pelo veio do rio sem paragem ...
Vivestes ancorado no meu porto alguns meses da tua triste vida ... ganhastes fôlego ... desperdiçaste paciência por todo o caminho ... julgaste sentir-me ... pensaste conhecer-me ... mas sem saber ... sem prever ... ruiu por terra todo o teu egoísmo ...
A âncora rompeu a terra molhada pelas lágrimas vertidas dos meus olhos ... e sem deixar rasto ... lá navegastes até ao estuário do meu rio ... zarpastes a toda a velocidade para alto mar ...
Digo adeus ... agradeço a paragem ... afinal sempre aprendi alguma coisa ...
Agora a terra está seca ... não há mais lágrimas vertidas ... apenas um alívio por teres partido ... sem ressentimentos ... sem feridas ... sem marcas ...


 
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